O sistema de voluntariado assenta na ideia de que cada pessoa cresce à medida que se envolve, contribui e se responsabiliza. A progressão não depende apenas da passagem do tempo, mas da participação ativa, da formação contínua, da capacidade de trabalhar em equipa, da ética demonstrada e da influência positiva que o voluntário exerce no grupo e na comunidade. Para tornar esta evolução clara e visível, cada nível está associado a um símbolo e a um significado próprio, permitindo reconhecer imediatamente o percurso e o papel de cada pessoa.
A caminhada inicia-se no nível V1, o Voluntário Iniciado, representado por um círculo vazio. Este símbolo indica presença, disponibilidade e o primeiro passo na integração. Logo depois surge o V2, o Voluntário Ativo, assinalado por um círculo com um ponto central, onde começa a surgir iniciativa e envolvimento. O nível seguinte, V3, o Voluntário Sénior, é assinalado por um círculo preenchido, simbolizando maior confiança e autonomia básica. Quando o voluntário demonstra regularidade e compromisso constante, alcança o nível V4, o Voluntário Regular, cujo símbolo integra uma linha horizontal que sugere estabilidade.
Com o amadurecimento surge o V5, o Voluntário Dedicado, onde o círculo é dividido em quatro quadrantes, indicando equilíbrio entre agir, aprender, apoiar e crescer. O nível V6, o Voluntário Experiente, acrescenta um anel interno, representando profundidade e compreensão do funcionamento do núcleo. A partir de aqui, a evolução começa a assumir um caráter mais operacional: o V7, Voluntário de Campo I, assinala a entrada nas ações externas; o V8, Voluntário de Campo II, representa a autonomia em tarefas práticas; o V9, Voluntário de Campo III, assinala capacidade de executar e orientar pequenas equipas no terreno.
A progressão continua com os níveis de formação: o V10, Formador I, identifica quem já inicia orientação de novos voluntários e transmite procedimentos. O V11, Formador II, representa quem acompanha processos formativos de forma contínua e estruturada. O V12, Formador III, assinala o domínio das metodologias e a consolidação da função de referência para os mais novos.
Nos níveis finais, a simbologia muda para triângulos sobrepostos e reforçados, marcando liderança responsável. O V13, Líder I, indica quem lidera equipas no terreno; o V14, Líder II, representa a liderança consciente e coordenada; e o V15, Líder-Mor, assinala a autoridade máxima dentro do voluntariado, marcada pela responsabilidade, maturidade e serviço, e não pelo poder.
A progressão entre níveis não é automática: é atribuída através de uma pontuação mensal que mede contributos reais e consistentes.
Esta pontuação é calculada da seguinte forma:
As horas práticas realizadas no mês contribuem para a pontuação, mas até um limite saudável que evita progressões forçadas. As horas de formação, quer teórica quer aplicada, reforçam a capacitação contínua. A presença nas reuniões mensais representa compromisso com o coletivo. A angariação de novos voluntários é reconhecida, mas com progressão moderada, porque a qualidade é mais importante do que a quantidade. A conduta ética atua como um multiplicador de mérito, valorizando quem contribui de forma exemplar e ajustando o percurso quando necessário. Cada alerta ou advertência comporta uma penalização direta.
A soma desta pontuação, acumulada mês após mês, deve atingir o patamar de progressão definido pelo núcleo para que o voluntário avance para o nível seguinte. Em média, este processo leva cerca de dezoito meses por nível nos primeiros estágios e torna-se mais demorado nos níveis superiores, refletindo a responsabilidade crescente. Assim, ninguém salta etapas, mas todos os que persistem progridem.
Não se recompensa apenas fazer muito, mas fazer bem, de forma sensata, humana e comprometida. A pertença ao núcleo não se reduz a tarefas: é uma forma de estar com o outro, de servir a comunidade e de crescer pessoalmente. O símbolo que cada voluntário carrega não é uma medalha, é um reflexo da sua caminhada. O sistema de níveis existe para orientar, reconhecer e inspirar, nunca para fomentar competição. Aqui, ninguém sobe sozinho: sobe-se em conjunto.